terça-feira, 6 de setembro de 2011

Brasil não teme crise, diz Dilma antes de Dia da Independência

Portal Terra
Luciana Cobucci
Em pronunciamento veiculado em rede nacional na noite desta terça-feira, véspera do Dia da Independência, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo estará atento aos desdobramentos da crise financeira internacional, mas que isso não significa que o País teme as consequências do abalo econômico. Para a presidente, a "grave crise" da economia mundial pode colocar os países ricos em situação de estagnação ou até recessão. "Mas isso não nos ameaça porque mudamos para melhor", afirmou.
"Por mérito exclusivo do povo brasileiro, nosso País tem melhorado enquanto boa parte do mundo desenvolvido tem piorado. Estaremos bem atentos para evitar qualquer efeito mais grave, mas isso não significa ficar com medo ou paralisado: vamos continuar trabalhando, consumindo, abrindo e ampliando empresas, prosseguir a todo vapor nos investimentos na infraestrutura e nos programas sociais. Essa é uma decisão do governo e uma vontade do povo", disse a presidente durante o pronunciamento.
Dilma ressaltou que crise internacional não vai ter grandes efeitos no Brasil
Dilma ressaltou que crise internacional não vai ter grandes efeitos no Brasil
A presidente destacou que o mercado interno aquecido fez com que o Brasil saísse bem da crise de 2008 e afirmou que o mesmo fator vai garantir uma boa passagem do País pelo abalo financeiro de agora. Dilma disse, ainda, que o governo vai defender o mercado nacional de práticas de concorrência desleais praticadas por outros países.
"Nossa situação é, de fato, privilegiada em relação a muitos países, mas ainda estamos aquém do que podemos. Temos espaço para crescer e o povo tem motivos de sobra para ter esperança num futuro ainda melhor. No caso atual, nosso desafio é ampliar e defender mercado interno, que é um dos mais vigorosos do mundo. Meu governo não irá permitir ataques às nossas indústrias e empregos, não vai permitir jamais que artigos estrangeiros venham concorrer de forma desleal com os nossos produtos", disse.
Dilma também se referiu às recentes denúncias de corrupção que provocaram três baixas em seu governo em apenas oito meses. "É um País que com o malfeito não se acumplicia jamais e tem na defesa da moralidade e no combate à corrupção uma ação permanente e inquebrantável", afirmou.
Durante o pronunciamento, que durou 11 minutos, a presidente também firmou compromissos com a educação, saúde e segurança públicas. "Esses setores têm que deixar de ser motivo de insônia para ser um novo despertar. O ciclo virtuoso que precisamos implantar é qualidade dos serviços públicos, pois já implantamos o crescimento com inclusão e distribuição de renda. Essa é e sempre será uma das preocupações centrais do governo", destacou.Dilma anunciou que o governo pretende criar, até 2014, quatro novas universidades, 47 extensões universitárias e 208 escolas de educação profissional e tecnológica, com o objetivo de diminuir o vácuo no mercado de trabalho por mão de obra especializada. "Vamos reforçar o Prouni que atingiu, no mês passado, a marca de 912 mil estudantes beneficiados, e vamos mandar 75 mil estudantes com bolsas pagas pelo governo para estudar em excelentes universidades no exterior. Quando sua criação for autorizada pelo Congresso, o Pronatec vai começar a capacitar para o mercado de trabalho 8 milhões de brasileiros nos próximos quatro anos", afirmou.
A presidente reforçou, ainda, o compromisso do governo federal com o combate às drogas - o crack, em especial -, com o aumento do patrulhamento das fronteiras para impedir o tráfico de armas e entorpecentes. Em seu pronunciamento, Dilma também falou sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, e sobre o pré-sal.